sábado, 6 de agosto de 2011

A importância da Comunicação Sindical nos dias de hoje

Quando o novo sindicalismo emergiu-se forte nos anos 1970, no ABC em São Paulo, a luta baseava-se no combate à práticas gestoras bizarras e fortemente abusivas que imperavam nas empresas e de uma luta que ía além do chão de fábrica.
O cenário político insistia em influenciar as relações capital-trabalho, sempre, infelizmente, tendendo-se ao apoio às organizações empresariais.
Esse apoio absurdo era sustentado por uma legislação trabalhista que se pautava pelo controle da estrutura sindical e da classe trabalhadora brasileira pelo Estado, herança de Getúlio.
Nessa época os trabalhadores ainda engatinhavam, salvo parcas exceções, rumo ao saudável habito da mobilização e da união para assim equilibrar as forças nas "quedas de braço" travadas contra os patrões, descaradamente apoiados pelo Estado, então militar e golpista.
Foi nesses tempos difíceis que surgiram os maiores nomes do sindicalismo brasileiro, entre eles o melhor presidente que essa país já teve, Luís Inácio Lula da Silva, que merecerá em breve uma postagem especial.
As dificuldades de mobilização se davam pela falta de tecnologias de comunicação mais avançadas e massivas, e combatia uma guerra desigual contra as mídias de massa que, com censura, eram subjugadas pelo governo. Mas, essas dificuldades eram compensadas pelas necessidades infinitas dos trabalhadores e geraram técnicas de prática de comunicação sindical que se tornaram basais para as futuras gerações de sindicalistas, pois partiam das portas e do chão de fábrica.
Mas, como tudo na vida, as coisas evoluíram e hoje as práticas sindicais são outras. Não se deixou de lado a importância do poder da mobilização da classe trabalhadora e suas diversas e incontáveis categorias, nem a luta por melhores salários ou melhores condições de saúde e segurança, muito menos extinguiu-se a necessidade de maior organização nos locais de trabalho, mas as formas como essas lutas são travadas mudaram, talvez, drasticamente.
Hoje não há mais lutas literais, salvo raras exceções.
Hoje as lutas são travadas em mesas de negociação, sempre com o essencial suporte da base.
Hoje o sindicalismo se prepara para isso e não há mais a necessidade de usar força para contrapor a violência das organizações patronais-político-governamentais, como ocorria antes.
Essa nova era requer mais intelecto do que músculo e dentro dessa filosofia a comunicação sindical é de suma importância.
As necessidades de avanços ainda existem, mas, graças às lutas que nos antecederam, hoje elas são menores e um pouco menos fundamentais.
Esse que é um motivo de orgulho para a classe trabalhadora e para o sindicalismo, também representa dificuldades de mobilização, algo fundamental para a organização e fortalecimento dos trabalhadores e para que novos avanços aconteçam.
Nesse sentido é que a comunicação sindical existe. Para cumprir o papel mobilizador e de união das categorias, levando informações de forma rápida e concisa, de fácil entendimento e grande amplitude.
Não só nas lutas, mas também na captação de novos associados, nas promoções de campanhas internas ou de cunho social, na divulgação de mazelas e desmandos patronais, na promoção e fortalecimento das entidades sindicais e no equilíbrio das informações prestadas, muitas vezes manipuladas pelos patrões ao seu bel prazer.
A comunicação sindical hoje em dia é uma ferramenta fundamental nas administrações sindicais, pois sua função é manter o sindicato sempre um passo á frente na divulgação de fatos e notícias, garantindo que a visão da classe trabalhadora sempre esteja em evidência.